
Quando pecamos e fracassamos em seguir o que o Senhor espera de nós somos instantaneamente tomadas pelos sentimentos de derrota, decepção e vergonha. E geralmente esses primeiros sentimentos que nos acometem estão direcionados para o lugar errado. O sentimento de derrota e decepção são sentimentos mais relacionamos à nos mesmas, à nossa cobrança própria, ao nosso ego – ‘Eu estava indo tão bem, não acredito que cai mais uma vez!’ ‘Como eu fui capaz de fazer isso mais uma vez!’ ‘Como cheguei a esse ponto!’ O sentimento de vergonha muitas vezes está relacionado com os outros, sejam aqueles que foram vítimas do nosso pecado ou que foram testemunhas dele – ‘O que vão pensar de mim!’ ‘Nunca mais vão me olhar direito!’ ‘Perdi minha credibilidade!’ ‘E agora?!’
Mas esses sentimentos de fracasso, decepção e vergonha não são suficientes pra resolver o problema do nosso pecado. Muitas vezes eles tiram de nós o foco correto, a sobriedade e objetividade que são necessários pra tratar o pecado como ele realmente merece. Esses sentimentos podem nos fazer olhar excessivamente pra nós mesmas e nos fazer desanimar, nos paralisar. E se olharmos só para nós mesmas logo chegaremos à conclusão de que nem vale à pena lutar, de que o caso é perdido. Assim nos colocamos no olho de um furacão que nos suga cada vez mais pra baixo e não nos leva a lugar nenhum.
Eu creio que a decepção, o sentimento de fracasso e a vergonha tem seu valor – o de nos fazer enxergar e reconhecer a nossa podridão e a nossa necessidade do Senhor. Afinal, aquele que é nascido de novo não tem prazer no pecado e realmente se sentirá muito mal toda vez que pecar. E tanto eu como você, que nascemos de novo e queremos prosseguir em nossa santificação, mortificando nossa natureza carnal e deixando os velhos pecados para traz, naturalmente ficaremos tristes quando cometemos algum deles novamente.
Mas precisamos ter em mente que a nossa incapacidade é só uma parte da história. Precisamos lembrar que estamos ‘em construção’, em um processo de santificação que começou quando Cristo nos salvou e só terminará quando recebermos nossos corpos glorificados completamente livres de qualquer mancha de pecado. Enquanto estivermos aqui não conseguiremos viver completamente sem pecar, apesar de que esse deve ser o nosso alvo e o nosso esforço diário.
João fala desse duplo aspecto de nossa realidade para com o pecado quando diz: Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (1 João 2:1).
Infelizmente nós ainda iremos pecar. Mas não podemos permitir que o remorso, a vergonha, a decepção nos paralise em nossa caminhada rumo à santificação. Esses sentimentos fazem parte do processo de arrependimento, mas muitas vezes não nos fazem ter a atitude certa e completar o processo divino para o tratamento do pecado. Somente esse tratamento é suficiente para o perdão de Deus e para a restauração de nossa alegria e ânimo para continuar a caminhada na estrada da santificação. E o tratamento é a confissão de nossos pecados e a certeza de que obtemos o seu perdão: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9).
Nosso pecado deve sempre ser motivo de muita tristeza e decepção, mas não somente por que nos mostra a nossa própria falta de capacidade de seguir o caminho correto ou porque nos faz vergonhosas diante das outras pessoas. Nosso pecado deve nos trazer pesar porque ele é sempre contra Deus. E é dessa perspectiva que devemos encará-lo e tratá-lo. Sempre que pecarmos – e vamos pecar – que corramos completamente e profundamente humildes, envergonhadas, tristes e arrependidas para os braços do nosso Pai, onde poderemos receber o puxão de orelha devido, juntamente com o perdão e a força pra continuarmos no caminho certo. E é assim que a Bíblia nos ensina, e é só assim que eu consigo levantar, sacodir a poeira, olhar pra Cristo e continuar.
Um abraço
Por: Renata VerasFonte: Mulheres em Apuros
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