Os EUA exigiram, este sábado, a "libertação imediata" de dois norte-americanos, um dos quais é um californiano de 85 anos, detido na Coreia do Norte desde o mês passado.
"Dada a idade avançada e as condições de saúde de [Merrill] Newman, exigimos à República Democrática Popular da Coreia que liberte o sr. Newman para que possa voltar para casa e juntar-se à sua família", disse a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden, referindo-se ao cidadão californiano.
Quanto ao segundo norte-americano, Kenneth Bae, Hayden recordou que está preso na Coreia do Norte há um ano.
"Continuamos a exortar as autoridades norte-coreanas para que o amnistiem e o libertem imediatamente", afirmou Hayden.
Merrill Newman, veterano da Guerra da Coreia, natural da Califórnia, foi detido em outubro depois de entrar na Coreia do Norte na condição de turista.
Este sábado, a Coreia do Norte confirmou a sua detenção "por atos hostis" contra o país comunista, e anunciou que o norte-americano escrevera um pedido de desculpas em que confessava os seus alegados crimes.
Foi a primeira vez que o Estado norte-coreano admitiu ter detido Newman, que a família diz ter sido detido a 26 de outubro, pouco antes de partir de Pyongyang, após uma visita de 10 dias.
Segundo a agência oficial norte-coreana, KCNA, Newman cometeu os crimes tanto enquanto turista como durante a sua participação na Guerra da Coreia, há 60 anos, e publicou um pedido de desculpas de quase 600 palavras - partes das quais escritas em mau inglês - no qual confessa os seus crimes.
Newman é acusado de violar "a dignidade e a soberania" do Estado norte-coreano e de "difamar o sistema socialista, o que é contrário ao objetivo da viagem", diz a notícia.
O norte-americano teria também planeado atividades de espionagem e de subversão durante a guerra de 1950-53, tendo alegadamente estado envolvido na morte de soldados e civis norte-coreanos", acrescenta.
Kenneth Bae é um operador turístico de 45 anos e foi detido no ano passado e condenado a 15 anos de trabalhos forçados por alegadamente ter tentado derrubar o governo.
O tribunal descreveu Bae, também conhecido pelo seu nome coreano Pae Jun-Ho, como um cristão evangelista militante que levou material inflamatório para o país e tentou estabelecer uma base subversiva em Rason.
Na semana passada, o enviado especial dos EUA à Coreia do Norte, Glyn Davies, exortou Pyongyang a libertar os cidadãos norte-americanos detidos, afirmando que Washington estava "a trabalhar arduamente", através da embaixada sueca em Pyongyang, para levar o assunto avante.
O Departamento de Estado dos EUA emitiu recentemente um aviso em que apela aos norte-americanos para que evitem viajar para a Coreia do Norte, que teria "detido arbitrariamente cidadãos norte-americanos sem os deixar partir do país".
A Coreia do Norte é um dos Estados mais secretos do mundo e é muito difícil verificar as informações oficiais.
Considera-se que o regime comunista governa o país com mão de ferro, com execuções públicas frequentes e que mantém cerca de 200 mil presos políticos em campos de trabalhos forçados.
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